Bem vindos!

Com a crescente divulgação sobre a acessibilidade de pessoas com deficiência, observa-se que não está clara a definição daquelas com deficiência auditiva. Aparentemente, está no inconsciente coletivo que todo surdo/deficiente auditivo comunica-se apenas por libras (Lingua brasileira de sinais), o que não é verdade. Surgiu a necessidade da criação desse blog para esclarecer sobre essa minoria "esquecida": os deficientes auditivos oralizados.
Nesse blog, vocês estarão desfrutando as informações sobre vários assuntos relacionados a deficiência auditiva, seja em artigos, comentários entre outros.
Convido vocês, ouvintes e deficientes auditivos, desfrutem das informações aqui postadas para seu enriquecimento social e profissional. Vocês encontrarão espaço para os comentários e perguntas, gostaríamos de contar com a sua participação voluntária, visando a troca de informações e conhecimentos, buscando uma melhor qualidade de vida.
As informações coletadas são importantes para desmitificar a sociedade em relação as pessoas com deficiência auditiva (DA), que aparentemente, tem o prejuízo de sua inclusão social, em função da comunicação, que é importante para as relações interpessoais e intrapessoais.
Levanta-se uma hipótese que a maioria dos indivíduos considera todos os deficientes auditivos iguais, ou seja, generaliza que todos os DA's “não entendem” o que está sendo verbalizado ou escrito, sem mencionar da falta de paciência, palavra, aparentemente, inexistente no vocabulário dos tempos atuais para com esse público.
A qualidade de comunicação entre a sociedade e as pessoas com deficiência auditiva é de suma importância visando a inserção e interação das pessoas com deficiência auditiva no contexto social.
“As únicas limitações reais que as crianças tem são aquelas que lhes são impostas. Assim, as limitações são criadas mais pela família e pela sociedade do que a própria deficiência”. (BUSCAGLIA, 2002). – É o que as pessoas com deficiência auditiva presenciam e sentem no dia a dia, seja com os familiares e com a sociedade. A maioria deles usa os recursos da leitura labial, aprendida e aperfeiçoada no decorrer dos anos e da leitura facial que identificam e codificam os sentimentos e as emoções dos indivíduos, sejam elas positivas ou
negativas, os quais promovem a interação social.
Boa leitura!

20 abril, 2012

Amplificador de telefone para DA's

Quem não consegue ouvir direito no telefone durante a conversação, segue uma dica para aquisição de um amplificador de telefone que é pequeno e não ocupa espaço, conforme a foto e o prospecto deste produto que segue abaixo.

Aqui no Brasil, os amplificadores especiais para os deficientes auditivos custam entre R$ 170,00 e R$ 350,00, das marcas pesquisadas: Widex, Audibel e Microssom, são as quem possuem equipamento a esse público. Preço bastante salgado para um deficiente auditivo que já gasta com pilhas ( nºs 10, 13 ou  675, de acordo com o modelo de aparelho), manutenção e conserto (se houver) do aparelho auditivo e acessórios necessários para ter a durabilidade e qualidade de audição. Afinal, é um investimento muito alto  visando a interação e inserção do DA na sociedade.

Qual é a solução?  Esse produto é dos Estados Unidos, caso você estiver interessado em adquirí-lo e souber de alguém que vai viajar para lá, peça a essa pessoa trazer para você, não ocupa na bagagem, a embalagem mede aproximadamente 20cm por 15cm. Custa em média R$ 45,00, quando está em oferta. É interessante fazer uma pesquisa antes de comprar.

É de grande valia e ajuda nos tempos atuais, já que as grandes metrópoles estão cada vez mais barulhentas, acabando com a nitidez e a qualidade de sons no telefone, prejudicando a comunicação.

Você vai gostar!

Boa sorte!


   
MARCA: CLARITY
Endereço: 4289 Bonny Oaks Drive - Chattanooga, TN - 37406
Telefone: 1-800-426-3738
  

17 abril, 2012

Relógio despertador especial

O relógio despertador, da marca Lauden, importado pela empresa Koller & Sindicic Telecomunicações e Tecnologia Ltda., é destinado a pessoas com deficiência auditiva e surdos.

O que ele tem diferente dos demais despertadores?

Como a maioria dos deficientes auditivos não escutam sons sem o aparelho auditivo, esse despertador quando acionado o horário do alarme, ele vibra.

A vibração não assusta mesmo quando temos sono leve. Quem tem sono pesado, acredito que deve-se colocar dois, pois eu conheço uma moça deficiente auditiva me contou que não consegue acordar somente com um. Ela coloca um na barriga e o outro debaixo do travesseiro, deste modo, ela se levanta da cama.

É confiável, o importante é ler as instruções com atenção para que tenha o sucesso com esse equipamento e não ocupa espaço.

Se quiserem conhecer mais sobre o produto, segue o site da empresa: Assim, não chegaremos atrasados aos compromissos

É só uma sugestão.

Bons sonhos!

08 abril, 2012

A importância de adquirir um bom aparelho auditivo.


Aos ouvintes que não conhecem aparelho auditivo segue a ilustração extraída da marca Phonak, para terem uma ideia de como é. Alguns desses modelos são colocados atrás da orelha e ligados a um molde no ouvido, outros são inseridos dentro do ouvido. Depende do grau de perda auditiva e das necessidades da pessoa com deficiência auditiva é que vai ajudar a ter uma boa comunicação com outras pessoas.



Se você tem interesse em adquirir um bom aparelho auditivo, seguem as dicas, segundo a minha experiência.
Na atualidade, existem aproximadamente 15 marcas de aparelho auditivo, segundo a fonte que recebi de uma fonoaudióloga. As conhecidas são: Phonak, Widex, Audibel, Danavox, Microssom, Telex, Bernafon, etc. Qual delas devo usar?
 
Primeiro: é interessante que procure uma fonoaudióloga, que poderá auxiliar na escolha de um bom aparelho auditivo, uma vez que elas trabalham para algumas ou várias marcas, isso facilita na escolha de um bom aparelho auditivo. De acordo com a audiometria para saber qual o grau de perda de audição é que vai determinar o tipo adequado de aparelho. Não esqueça de seu orçamento que é um compromisso que você pode pagar.
Segundo: é importante saber o estilo de vida que você leva, porque são várias marcas e modelos para serem experimentados e definidos pela fonoaudióloga (baseado no resultado da audiometria) para a definição de um modelo adequado para você. Por exemplo: se fica mais tempo em casa, vai em reuniões sociais (casa de amigos, baladas, etc), atende ao telefone e ao celular, dirige automóvel, escuta rádio e televisão, faz esportes ou ginásticas entre outros. Não esqueça de informar à fonoaudióloga.
Terceiro: durante o teste do aparelho auditivo (se a fono indicou 3 aparelhos, por exemplo, então, experimente uma semana cada um deles) para sentir e ouvir sons, procure escutar os variados sons, seja televisão, celular, telefone fixo, voz feminina e masculina, ambientes sociais e barulhentos (shoppings, restaurantes, festas, etc). Anote tudo o que você percebeu, principalmente no que tange ao manuseio do aparelho auditivo (troca de pilhas, troca de programa – microfonia e telefone, aumento ou diminuição de volume, colocar ou tirar o aparelho do ouvido, duração da pilha), isso facilita para a posterior comparação dos aparelhos experimentados e na escolha certa de um deles facilitando a sua comunicação com outras pessoas no seu dia-a-dia. Não se esqueça de anotar a marca, o modelo e a data de experiência!
 
IMPORTANTE: Se você usa bastante telefone fixo, procure saber se o aparelho auditivo tem o programa de telefone. O que isso significa? Quando esse programa é acionado, você só escuta o telefone e os sons ao seu redor são neutralizados. Caso tiver barulho ao seu redor, dificulta escutar a pessoa no telefone e atrapalha a conversação. Recentemente, tive a infeliz experiência que só me informaram, após a venda, que o meu aparelho auditivo adquirido (marca "X") não possui esse dispositivo e me atrapalha muito, já que é um recurso bastante útil para a minha interação e comunicação ao telefone, uma vez que estava acostumada com essa marca.  O meu aparelho antigo tinha esse recurso e de repente essa empresa resolve tirar esse maravilhoso dispositivo, um cúmulo! Segundo a informação que recebi de várias fonoaudiólogas, a empresa acabou com esse recurso.  Foi uma quebra de confiança e fidelidade, no entanto, já investiguei outras empresas e defini a próxima compra. Antes de optar por algum aparelho e se você acha que é importante não ouvir sons ao redor de onde está falando pelo telefone, questione a empresa se tem, caso contrário, não compre, porque é um investimento de longo prazo.
Sem dúvida nenhuma, que o aparelho auditivo é um amplificador de som, não se assuste ao usar pela primeira vez, tente diminuir o volume do próprio aparelho ou use por algumas horas por dia.
Ultimamente, os ruídos estão excessivamente altos que provocam estresse e já houve mortes de pessoas na Europa devido a essa problemática. (Veja o artigo postado no mês de Fevereiro/2012 sob o titulo “Poluição sonora” e “Atenção aos limiares auditivos”). A vantagem que o deficiente auditivo tem é quando os sons incomodam, estes tiram aparelhos auditivos e não escutam! Claro, vai depender do grau de surdez já explicado no artigo postado em fevereiro sob o titulo “O que é deficiência auditiva”.
Depois que adquiriu o aparelho auditivo e está feliz com ele, siga as orientações sobre “cuidados com aparelho auditivo”, postado em fevereiro de 2012.

Boa sorte!

Preconceito: Uma reflexão


Na maior parte de minha vida,  convivo com as pessoas ouvintes, isso me permite que desenvolva novos vocabulários e convívio social de forma agradável, e também com as pessoas com deficiência, em sua maioria os auditivos, não raro, ouço os comentários destes últimos que sentem na pele os preconceitos que sofrem da sociedade brasileira. Observo que é cultural e de longa data.
Procurando em literaturas sobre o preconceito, por meio da internet e livros históricos, notei que em nível mundial, mesmo com os avanços tecnológicos que auxiliem os deficientes visando o desenvolvimento da capacidade máxima, o preconceito perpetua em todas as sociedades.  
O que é preconceito? É um “juízo” preconcebido sobre um assunto, pessoa, raça, religião, cor, etc, os quais não conhece e nem sequer o indivíduo quer aprofundar, cria estereótipos generalizados. (Wikipedia). Segundo Crochik apud Silva e Liborio (2005), relaciona o preconceito com a formação, especialmente quando esta última contribui para a constituição da pessoa predisposta ao preconceito. A palavra preconceito já existia em obras de Theodor W.Adorno e Sigmund Freud, os quais foram fundamentais para o entendimento dos comportamentos de preconceito. 
Adorno (1940) dizia que a 'pessoa autoritária justifica racionalmente o seu preconceito contra minorias, ou seja, os afetos são racionalizados”(Silva e Libório, 2005, p. 17). Ao passo que os não autoritários argumentam em defesa das minorias e possuem afeto para com elas. Já para Freud, o sujeito 'predisposto ao preconceito, é a própria negação da identificação com o alvo hostilizado' 
Para Adorno, o preconceito é onde “reside os conflitos individuais, provocados pela sociedade, que precisam de um objeto externo sobre o qual o individuo projeta seus desejos, negando-os mais uma vez em si mesmo”. (Silva e Libório, 2005, p. 25). O ódio e o medo são sentimentos mais fortes que o amor em pessoas autoritárias e o inverso ocorre em sujeitos não autoritários.
 Ao longo da história da humanidade, o preconceito e o estigma sempre andaram juntas, as quais a sociedade determina atributos depreciativos ou aceitáveis, dependendo do contexto cultural e históricos específicos.  
Faremos uma retrospectiva histórica sobre esse assunto. Na Idade Antiga, as pessoas com deficiência eram o sinal de algum mau presságio e castigos dados pelos deuses, demônios ou demais seres sobrenaturais às famílias. Na Grécia antiga, os deficientes eram dados como oferendas aos deuses ou abandonados a própria sorte em função da ideologia do ideal da perfeição humana. Na Roma antiga, os deficientes auditivos e os mentais graves não eram considerados cidadãos devido à falta da capacidade de falar que era considerado um atributo fundamental para alcançar a plenitude dos direitos sociais.  
Na era pré-cristã, as pessoas com deficiência eram maltratadas e negligenciadas, sofriam castigos físicos, não tinham direito a higiene, saúde e segurança, eram escravas de trabalhos rudes que punham em risco de sua saúde, eram segregadas e ou abusadas sexualmente.  
A situação dessas pessoas com deficiência começou a melhorar com a difusão do cristianismo sobre a caridade para com as pessoas excluídas, resgatando-as e incluídas socialmente.  
No século XVII, sob influência da filosofia iluminista, a população acreditava na justiça e igualdade, e a pessoa com deficiência passou a ter cuidados especiais. Em 1784, fundado por Valentin Hauy, a primeira escola para deficientes visuais e Louis Braille (1809-1952) propôs um inovador e eficiente método de leitura e escrita para essa população, é o que conhecemos o alfabeto Braille que leva o seu nome.  
Para os deficientes mentais, Seguin (1812-1880) desenvolveu atividades pedagógicas especiais. Nos EUA, Thomas Hopkins Gallaudet (1787-1851) provou que as crianças com deficiência auditiva podem aprender a comunicar-se, soletrando e fazendo gestos com os dedos e funda uma universidade que leva seu nome, especial para os surdos que apenas se comunicam com a linguagem dos sinais.  
No século XX, Esquirol e Philipe Pinel conseguem estabelecer uma diferença entre deficiência mental e doença mental, sendo que o primeiro é relacionado ao déficit cognitivo e o segundo é caracterizado como desorganização psíquica. 
Sassaki (1997), apud Silva e Libório (2005), percebe que não apenas os deficientes apresentam melhoria de vida com os recursos das escolas especializadas, é necessário que estas sejam inseridas na sociedade e ter a vida como qualquer cidadão que era a proposta original: integrando-as em escolas comuns, uma vez que a escola especial é segregadora, segundo seu ponto de vista.  Essas escolas começaram a criar turmas especiais e salas de recursos visando atendimentos individualizados com o objetivo de integrar as pessoas com deficiência na escola e na comunidade.  
Só que, mais tarde, a comunidade acadêmica observou que isso não era suficiente, já que o preconceito e a discriminação ainda predominam na população que são os empecilhos para a verdadeira participação social das pessoas com deficiência. Somente uma pequena parcela dessa minoria deficiente, aqueles com grau leve, alcançaram bom nível de competência, os quais superaram barreiras físicas e atitudinais existentes na sociedade. (Silva e Liborio, 2005).  
Nos anos 80, os pesquisadores notaram que é a sociedade que deve adaptar às pessoas com deficiência e não o contrário, segundo Sassaki (Silva e Libório, 2005), isso é a verdadeira inclusão e inserção.  
Agora, reflitam. A sociedade, seja qual for, é controlada por ideias estereotipadas, seja da mídia e outros, predomina-se o medo em não ser aceito,  se não se aderir às propostas impostas para manter o monopólio e poder, as pessoas são fatalmente excluídas. Será que o controle é bom? Depende do contexto, se for para o lado destrutivo, é péssimo e se for construtivo, é bom.  
Uma coisa é certa: controle, imposição e chantagem emocional não são atos de amor e sim, de violência.
Que tal praticamos mais o amor, tolerância e paciência para com o seu semelhante, inclusive as pessoas com deficiência auditiva? 
Sem dúvida nenhuma que os deficientes auditivos, por terem mais sensibilidade, percebem tudo o que se passa ao seu redor. Sabem codificar, por experiência de vida, as emoções nos rostos das pessoas, sejam elas próximas ou não, ao mencionar aos sujeitos as suas percepções, na maioria dos casos, estes enganam dizendo que não é nada disso. Ledo engano! Não há dúvidas, dependendo do contexto, acaba com a confiança no relacionamento com as pessoas com deficiência auditiva, já que na maioria dos casos tiveram infância difícil por conta da deficiência.  
Contudo, vamos nos olhar para dentro, ver quais bons atributos temos e procurar praticar atos que beneficiem a todos, inclusive às pessoas com deficiência para que seja inseridas e aceitas socialmente.  
Deste modo, todos ganham.
Reflitem!
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Fontes: