Bem vindos!

Com a crescente divulgação sobre a acessibilidade de pessoas com deficiência, observa-se que não está clara a definição daquelas com deficiência auditiva. Aparentemente, está no inconsciente coletivo que todo surdo/deficiente auditivo comunica-se apenas por libras (Lingua brasileira de sinais), o que não é verdade. Surgiu a necessidade da criação desse blog para esclarecer sobre essa minoria "esquecida": os deficientes auditivos oralizados.
Nesse blog, vocês estarão desfrutando as informações sobre vários assuntos relacionados a deficiência auditiva, seja em artigos, comentários entre outros.
Convido vocês, ouvintes e deficientes auditivos, desfrutem das informações aqui postadas para seu enriquecimento social e profissional. Vocês encontrarão espaço para os comentários e perguntas, gostaríamos de contar com a sua participação voluntária, visando a troca de informações e conhecimentos, buscando uma melhor qualidade de vida.
As informações coletadas são importantes para desmitificar a sociedade em relação as pessoas com deficiência auditiva (DA), que aparentemente, tem o prejuízo de sua inclusão social, em função da comunicação, que é importante para as relações interpessoais e intrapessoais.
Levanta-se uma hipótese que a maioria dos indivíduos considera todos os deficientes auditivos iguais, ou seja, generaliza que todos os DA's “não entendem” o que está sendo verbalizado ou escrito, sem mencionar da falta de paciência, palavra, aparentemente, inexistente no vocabulário dos tempos atuais para com esse público.
A qualidade de comunicação entre a sociedade e as pessoas com deficiência auditiva é de suma importância visando a inserção e interação das pessoas com deficiência auditiva no contexto social.
“As únicas limitações reais que as crianças tem são aquelas que lhes são impostas. Assim, as limitações são criadas mais pela família e pela sociedade do que a própria deficiência”. (BUSCAGLIA, 2002). – É o que as pessoas com deficiência auditiva presenciam e sentem no dia a dia, seja com os familiares e com a sociedade. A maioria deles usa os recursos da leitura labial, aprendida e aperfeiçoada no decorrer dos anos e da leitura facial que identificam e codificam os sentimentos e as emoções dos indivíduos, sejam elas positivas ou
negativas, os quais promovem a interação social.
Boa leitura!

24 maio, 2012

Pessoas com deficiência podem ser beneficiadas na restituição do IR

Vejam que legal!!!!
Deus esteja no lado das pessoas com deficiência e que esse projeto tenha a aprovação por unaminidade!
Segue o link e boa leitura!
Estamos na torcida para que aconteça em prol das pessoas com deficiência!
Abraços a todos!

13 maio, 2012

Interação Social dos Deficientes Auditivos

   No desenvolvimento de uma criança, é necessário e importante a estimulação externa, principalmente dos pais, preparando-a na identificação dos sons, das imagens, das diferentes texturas de objetos, os cheiros, visando a independência social.
    Em princípio, os bebês ouvem e reproduzem os sons e as palavras, que ocorrem dentro do núcleo familiar e posteriormente no ambiente externo. O seu cérebro processa, identifica e codifica as diversas palavras, sons masculinos, femininos, os sons de diversos animais, agudos e graves, etc. As primeiras palavras iniciam a ser pronunciadas por volta de 11 meses, como “mamãe”, “papai”. 
    As crianças que nascem surdas, como fica? Pararam para pensar a situação dessa criança no contexto familiar e social? De fato, é um choque para a família ao receber a noticia que o bebê nasceu com algum comprometimento auditivo e atravessa períodos difíceis, principalmente emocionais. Muitas vezes, as famílias ficam desestruturadas. Se for bem orientada por um profissional da área da saúde, a família procurará recursos que poderá ajudar a criança no seu desenvolvimento de sua capacidade máxima, segundo a Declaração de Salamanca, de 1994. Sem dúvida nenhuma, que os genitores, após da aceitação do filho com deficiência, ficam preocupados com a aceitação social e independência financeira no futuro dele.
     É importante que os pais procurem o foco no filho e não na deficiência, e se houver rejeição, não conseguem amá-lo, deste modo atrasa o desenvolvimento da criança. Na maioria dos casos, escondem da sociedade, colocam a criança em uma escola especial, tratando-a como incapacitada. O preconceito atinge em todas as camadas sociais em relação as pessoas com deficiência, fruto de desconhecimento das possibilidades e recursos para ajudá-las no seu desenvolvimento visando a interação social e posteriormente, profissional, afetiva, etc.
     “A deficiência auditiva é entendida como um tipo de privação sensorial, cujo sintoma comum é uma reação anormal diante do estimulo sonoro” (Gagliardi & Barella, 1986 apud Britto e Dessen, 1999). A classificação varia de acordo com o grau de perda e a intensidade.
    Mais que óbvio que a interação social se dá por meio da comunicação, um fator importantíssimo do contato da criança com deficiência auditiva com o mundo, um fato crucial para a adaptação e sobrevivência, a qual as pessoas trocam ideias, opinam, informam, interpretam, etc. A falta de estímulos sensoriais provoca o isolamento do sujeito com deficiência auditiva da comunidade em que vive e dificulta a compreensão aos fatos que ocorrem ao redor dela.
    Quando mais cedo descobrir a surdez do bebê, melhores serão as chances de ele desenvolver a linguagem verbal que facilitará a evolução linguística mais tarde. O nível dessa linguagem é equivalente a uma criança ouvinte. E terá uma boa interação na sociedade propiciando uma vida ativa, participativa e independente.
     Segundo Sacks, em seu livro “Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos”: “Pode-se debater se a surdez é ou não preferível à cegueira quando adquirida não muito cedo na vida; mas nascer surdo é infinitivamente mais grave do que nascer cego pelo menos de forma potencial. Isso porque os que tem surdez pré-linguística, incapazes de ouvir seus pais, correm o risco de ficar seriamente atrasados, quando não permanentemente deficientes, na compreensão da língua... E ser deficiente na linguagem, para um ser humano é uma das calamidades mais terríveis, porque é apenas por meio da língua que entramos plenamente em nosso estado e cultura humanos, que nos comunicamos livremente como nossos semelhantes, adquirimos e compartilhamos informações...E de fato, podemos ser tão pouco capazes de realizar nossas capacidades intelectuais que parecemos deficientes intelectuais.” (p. 22). De fato!
    A criança com deficiência auditiva, quando não estimulada, tem os seus direitos negados pelos seus pais, família e ou sociedade, acaba sendo identificada como deficiente mental.
Muito triste essa realidade que podemos encontrar casos assim!
    Se vocês depararem crianças com deficiência auditiva, encarem-nas como pessoas e se puderem, ajudem os pais na orientação do desenvolvimento delas. Você fará um bem a elas construindo um futuro feliz e repleto de realizações. Afinal, todos temos sonhos na vida, não é?
Referências Bibliográficas
1. Brito, A M. W. De; Dessen M. A . Crianças surdas e suas famílias: um panorama geral, Psicol. Reflex. Crit. V12 n.2; Porto Alegre, 1999.
2.Stampa, M. Aprendizagem e desenvolvimento das habilidades auditivas: entendendo e praticando na sala de aula. Rio de Janeiro: Wack Editora, 2012.
3. Sacks, O. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.