Bem vindos!

Com a crescente divulgação sobre a acessibilidade de pessoas com deficiência, observa-se que não está clara a definição daquelas com deficiência auditiva. Aparentemente, está no inconsciente coletivo que todo surdo/deficiente auditivo comunica-se apenas por libras (Lingua brasileira de sinais), o que não é verdade. Surgiu a necessidade da criação desse blog para esclarecer sobre essa minoria "esquecida": os deficientes auditivos oralizados.
Nesse blog, vocês estarão desfrutando as informações sobre vários assuntos relacionados a deficiência auditiva, seja em artigos, comentários entre outros.
Convido vocês, ouvintes e deficientes auditivos, desfrutem das informações aqui postadas para seu enriquecimento social e profissional. Vocês encontrarão espaço para os comentários e perguntas, gostaríamos de contar com a sua participação voluntária, visando a troca de informações e conhecimentos, buscando uma melhor qualidade de vida.
As informações coletadas são importantes para desmitificar a sociedade em relação as pessoas com deficiência auditiva (DA), que aparentemente, tem o prejuízo de sua inclusão social, em função da comunicação, que é importante para as relações interpessoais e intrapessoais.
Levanta-se uma hipótese que a maioria dos indivíduos considera todos os deficientes auditivos iguais, ou seja, generaliza que todos os DA's “não entendem” o que está sendo verbalizado ou escrito, sem mencionar da falta de paciência, palavra, aparentemente, inexistente no vocabulário dos tempos atuais para com esse público.
A qualidade de comunicação entre a sociedade e as pessoas com deficiência auditiva é de suma importância visando a inserção e interação das pessoas com deficiência auditiva no contexto social.
“As únicas limitações reais que as crianças tem são aquelas que lhes são impostas. Assim, as limitações são criadas mais pela família e pela sociedade do que a própria deficiência”. (BUSCAGLIA, 2002). – É o que as pessoas com deficiência auditiva presenciam e sentem no dia a dia, seja com os familiares e com a sociedade. A maioria deles usa os recursos da leitura labial, aprendida e aperfeiçoada no decorrer dos anos e da leitura facial que identificam e codificam os sentimentos e as emoções dos indivíduos, sejam elas positivas ou
negativas, os quais promovem a interação social.
Boa leitura!

01 abril, 2017

Qualidade na comunicação




Nos tempos atuais, a qualidade na comunicação deixa a desejar. “Tempo é dinheiro”, isso deve ser uma loucura...
A sociedade brasileira não tem paciência, uma palavra que não existe na vida de cada um, porque ela é imediatista, consumista e individualista. Não é a toa que Freud escreveu um artigo, em 1930, sob o titulo “Mal estar na civilização”, vol. XXI: “É impossível fugir à impressão de que as pessoas comumente empregam falsos padrões de avaliação — isto é, de que buscam poder, sucesso e riqueza para elas mesmas e os admiram nos outros, subestimando tudo aquilo que verdadeiramente tem valor na vida..... Existem certos homens que não contam com a admiração de seus contemporâneos, embora a grandeza deles repouse em atributos e realizações completamente estranhos aos objetivos e aos ideais da multidão. Facilmente, poder-se-ia ficar inclinado a supor que, no final das contas, apenas uma minoria aprecia esses grandes homens, ao passo que a maioria pouco se importa com eles”.

Incrível, não é? Esse pai da psicanálise escreveu em 1930!!!

A pressa faz com que as pessoas não entendam o que foi combinado, seja falado ou escrito, estragando muitos negócios, relacionamentos, encontros, etc.

O que falam muito rápido, então, é bom tomar muito cuidado, pois a maioria das pessoas não “entendem” nem a metade do que foi dito, apenas selecionam as palavras chaves para poder dar a continuidade na conversação. Conheci um profissional da área de educação física, ele se queixou que as pessoas não estavam o entendendo. Como tenho a experiência da leitura labial, identifiquei o problema e ele não articulava bem as palavras e que “engolia” algumas sílabas, por exemplo, se pronunciasse “explicação”, ele não articulava “plica”, ou seja, encurtava as palavras, as pessoas ouviam “exção”, daí a dificuldade da comunicação. Após a identificação, apresentou melhorias, foi bom para ele.

Certa noite, liguei para uma autoescola, que se diz especialista para pessoas com deficiência (como assim?!?), para obter a informação sobre a isenção de IPVA para deficientes auditivos. Durante a conversa, por telefone, percebi que cada pergunta que eu fazia, a pessoa me interrompia, o que me deixava mais desconfortável e irritada, mais que óbvio, né? Quem gosta disto? De fato, ela notou a minha irritação e me disse: “Você está brava comigo!”.

De minha memória, em um segundo, veio uma lembrança que a sociedade acaba, aparentemente, generalizando de acordo com as suas experiências e vivências da vida, transporta para o outro como forma de defesa. Retruquei assim: “Eu peço por gentileza de me ouvir até o fim, você está generalizando que os deficientes auditivos são bravos, isso com base de sua experiência. O que eu observo é que você não sabe se comunicar com as outras pessoas, porque aqui por telefone, você só interrompe as perguntas que eu faço achando que sabe tudo, o que não é verdade. Você tem que aprender a ouvir as pessoas para depois responder com qualidade ou é mentira que estou falando?”. De fato, a mulher ficou muda no outro lado da linha, pareceu que levou um choque, porque fui espontânea e direta. Despedi-a agradecendo pelas informações recebidas.

Então, para que serve dois ouvidos? Servem para ouvir e saber escutar, interpretando de maneira correta e com qualidade o que o emissor está comunicando. É interessante que o receptor, repita o que entendeu para certificar o entendimento.

Melhor deixar a pressa de lado, por que assim, teremos uma comunicação com qualidade. Então?
Vamos melhorar a nossa comunicação?

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