Nos
tempos atuais, a qualidade na comunicação deixa a desejar. “Tempo é dinheiro”, isso deve ser uma loucura...
A
sociedade brasileira não tem paciência, uma palavra que não existe na vida de
cada um, porque ela é imediatista, consumista e individualista. Não é a toa que
Freud escreveu um artigo, em 1930, sob o titulo “Mal estar na civilização”,
vol. XXI: “É
impossível fugir à impressão de que as pessoas comumente empregam falsos
padrões de avaliação — isto é, de que buscam poder, sucesso e riqueza para elas
mesmas e os admiram nos outros, subestimando tudo aquilo que verdadeiramente
tem valor na vida..... Existem certos homens que não contam com a admiração de
seus contemporâneos, embora a grandeza deles repouse em atributos e realizações
completamente estranhos aos objetivos e aos ideais da multidão. Facilmente,
poder-se-ia ficar inclinado a supor que, no final das contas, apenas uma
minoria aprecia esses grandes homens, ao passo que a maioria pouco se importa
com eles”.
Incrível,
não é? Esse pai da psicanálise escreveu em 1930!!!
A pressa
faz com que as pessoas não entendam o que foi combinado, seja falado ou
escrito, estragando muitos negócios, relacionamentos, encontros, etc.
O que
falam muito rápido, então, é bom tomar muito cuidado, pois a maioria das
pessoas não “entendem” nem a metade do que foi dito, apenas selecionam as
palavras chaves para poder dar a continuidade na conversação. Conheci um
profissional da área de educação física, ele se queixou que as pessoas não
estavam o entendendo. Como tenho a experiência da leitura labial, identifiquei
o problema e ele não articulava bem as palavras e que “engolia” algumas
sílabas, por exemplo, se pronunciasse “explicação”, ele não articulava “plica”,
ou seja, encurtava as palavras, as pessoas ouviam “exção”, daí a dificuldade da
comunicação. Após a identificação, apresentou melhorias, foi bom para ele.
Certa
noite, liguei para uma autoescola, que se diz especialista para pessoas com
deficiência (como assim?!?), para obter a informação sobre a isenção de IPVA
para deficientes auditivos. Durante a conversa, por telefone, percebi que cada
pergunta que eu fazia, a pessoa me interrompia, o que me deixava mais
desconfortável e irritada, mais que óbvio, né? Quem gosta disto? De fato, ela
notou a minha irritação e me disse: “Você está brava comigo!”.
De minha
memória, em um segundo, veio uma lembrança que a sociedade acaba,
aparentemente, generalizando de acordo com as suas experiências e vivências da
vida, transporta para o outro como forma de defesa. Retruquei assim: “Eu peço por gentileza de me ouvir até o fim,
você está generalizando que os deficientes auditivos são bravos, isso com base
de sua experiência. O que eu observo é que você não sabe se comunicar com as
outras pessoas, porque aqui por telefone, você só interrompe as perguntas que
eu faço achando que sabe tudo, o que não é verdade. Você tem que aprender a
ouvir as pessoas para depois responder com qualidade ou é mentira que estou
falando?”. De fato, a mulher ficou muda no outro lado da linha, pareceu que
levou um choque, porque fui espontânea e direta. Despedi-a agradecendo pelas
informações recebidas.
Então,
para que serve dois ouvidos? Servem para ouvir e saber escutar, interpretando
de maneira correta e com qualidade o que o emissor está comunicando. É
interessante que o receptor, repita o que entendeu para certificar o
entendimento.
Melhor
deixar a pressa de lado, por que assim, teremos uma comunicação com qualidade. Então?
Vamos
melhorar a nossa comunicação?
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