Bem vindos!

Com a crescente divulgação sobre a acessibilidade de pessoas com deficiência, observa-se que não está clara a definição daquelas com deficiência auditiva. Aparentemente, está no inconsciente coletivo que todo surdo/deficiente auditivo comunica-se apenas por libras (Lingua brasileira de sinais), o que não é verdade. Surgiu a necessidade da criação desse blog para esclarecer sobre essa minoria "esquecida": os deficientes auditivos oralizados.
Nesse blog, vocês estarão desfrutando as informações sobre vários assuntos relacionados a deficiência auditiva, seja em artigos, comentários entre outros.
Convido vocês, ouvintes e deficientes auditivos, desfrutem das informações aqui postadas para seu enriquecimento social e profissional. Vocês encontrarão espaço para os comentários e perguntas, gostaríamos de contar com a sua participação voluntária, visando a troca de informações e conhecimentos, buscando uma melhor qualidade de vida.
As informações coletadas são importantes para desmitificar a sociedade em relação as pessoas com deficiência auditiva (DA), que aparentemente, tem o prejuízo de sua inclusão social, em função da comunicação, que é importante para as relações interpessoais e intrapessoais.
Levanta-se uma hipótese que a maioria dos indivíduos considera todos os deficientes auditivos iguais, ou seja, generaliza que todos os DA's “não entendem” o que está sendo verbalizado ou escrito, sem mencionar da falta de paciência, palavra, aparentemente, inexistente no vocabulário dos tempos atuais para com esse público.
A qualidade de comunicação entre a sociedade e as pessoas com deficiência auditiva é de suma importância visando a inserção e interação das pessoas com deficiência auditiva no contexto social.
“As únicas limitações reais que as crianças tem são aquelas que lhes são impostas. Assim, as limitações são criadas mais pela família e pela sociedade do que a própria deficiência”. (BUSCAGLIA, 2002). – É o que as pessoas com deficiência auditiva presenciam e sentem no dia a dia, seja com os familiares e com a sociedade. A maioria deles usa os recursos da leitura labial, aprendida e aperfeiçoada no decorrer dos anos e da leitura facial que identificam e codificam os sentimentos e as emoções dos indivíduos, sejam elas positivas ou
negativas, os quais promovem a interação social.
Boa leitura!

23 abril, 2017

Comunicação: Língua Portuguesa X Libras




Certo dia, uma colega da área administrativa que também é deficiente auditiva e oralizada veio me contar que os nossos pares não oralizados, os quais comunicam por libras, perguntou a ela o motivo de não aprender libras e poderia usar essa língua caso o aparelho auditivo quebrasse. O que uma coisa tem a ver com a outra?
As duas línguas são distintas, sendo que a portuguesa tem aproximadamente 500 mil palavras e a libras tem mais ou menos 10 mil, é uma diferença gritante. Ambas possuem estruturas gramaticais diferentes.
Por certo que a língua portuguesa é complexa quanto na gramática como no número de verbetes. Ficou uma dúvida no ar: porque alguns deficientes auditivos conseguiram vencer a barreira linguística adotando-a como nativa e outros, não?
Certa vez, voltei ao Centro Suvag, na cidade de São Paulo, uma instituição voltada à oralização dos deficientes auditivos, para lembrar como foi o meu aprendizado na língua portuguesa. Em conversa com a diretora da instituição, que por sinal fundou-a, na década de 60, por ter um filho DA que é oralizado, esta comentou que os próprios DA’s criam barreiras na língua portuguesa e migram para o aprendizado em Libras, que segundo os alunos falam que é “mais fácil”. Fiquei pensativa.
Analisei não só o contexto dos DA’s, mas sim da sociedade, a qual quer tudo pronto e estamos na era dos botões, aparentemente, fabricando diversas preguiças de: andar, abrir e fechar janelas dos carros, subir ou descer escadas, refletir, pensar, entre outros. Que talvez influi no esforço de pensar e raciocinar a gramática da língua portuguesa dos DA’s. Será? Ou tem fatores emocionais que carregam os preconceitos que a família e a sociedade, aparentemente, impõem nos DA’s? Interessante ter estudos e pesquisas a respeito, caso não houver.
Ora, eu aprendi a língua portuguesa e por certo, tive imensas dificuldades que foram solucionadas com a ajuda de uma maravilhosa fonoaudióloga que me auxiliou na interpretação de textos e de perguntas, além do treinamento de ditados, pois na época, eu tinha na escola.
A partir do ensino médio, eu passei a acreditar nas minhas habilidades, potencialidades e capacidades, não importando os preconceitos enfrentados ao longo da jornada terrena. Muitas pessoas acham que somos estrangeiros ou nos olham que somos ET’s. Quem não garante que viemos de lá?
Tive “anjos terráqueos” que foram empáticos diante as minhas dificuldades e que me encorajaram seguir em frente. Agradeço a eles por existirem ao longo da vida e os abençoo.
Para manter a compreensão auditiva, escrita e verbal da língua portuguesa requer treinos diários com a leitura de livros (interpretar e escrever) e escutar assuntos de interesse pessoal para ativar e acostumar o cérebro onde localiza a área da audição.
Disciplina é a palavra a definir para esses treinos diários e dependerá da escolha individual de alcançar a independência, a autonomia e ser feliz.
Quanto aos DA’s que optarem libras como língua nativa, é um direito de escolha e ser feliz também, com uma ressalva: interessante respeitar diversos tipos de DA’s, pois cada um tem um livre arbítrio de acordo com as possibilidades e crenças, visando no crescimento pessoal, profissional, esportivo, afetivo, familiar e espiritual.
Deficientes auditivos ou não, amem-se, aceitem-se e acreditem em seus potenciais, habilidades e capacidades, enfrentem a realidade, adquiram conhecimentos, leiam, estudem bastante que o porvir está a sua frente num “piscar de olhos”. É só uma sugestão.
Paz no mundo!

01 abril, 2017

Sonhos e esperanças...


"Seus sonhos e esperanças são muito mais poderosos do que suas dúvidas e medos" (Gold, 2004, p. 52).
Vamos juntos pensar...
Quem é dono da sua vida?
Quem define a sua vida?
Quais são as suas crenças?
Quem somos nós?
Qual é a nossa missão?
Para onde vamos?
São perguntas que devemos refletir e olharmos para dentro para definir se vale a pena ir atrás dos sonhos e esperanças se você “ouve” e sente no seu coração.
Jung dizia uma frase: “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”.
Porque devemos despertar? Para que os nossos sonhos possam ser realizados em prol da nossa missão e da evolução espiritual e sermos felizes.
Qual a finalidade de ter termos medo e dúvidas?
Quem quer ser feliz, então, crie a sua realidade.
Passado, presente e futuro são uma coisa só. Criaram essas palavras, aparentemente, para nos “controlar”, passado não existe (porque precisamos sofrer por algo que já foi?, a não ser uma situação inacabada que necessita ser resolvida e é interessante ter ajuda de um psicólogo), o presente é o seu futuro a ser criado e o futuro, não existe e nem chegou. Importante é viver no presente e saber escolher o que quer para a sua vida.
Vamos escolher um tempo livre para fazer essas reflexões? Interessante que não tenha compromissos, desligue seus telefones, ficar sozinho sem interrupções e pensar. Tudo depende de você.

Sucesso! 

Qualidade na comunicação




Nos tempos atuais, a qualidade na comunicação deixa a desejar. “Tempo é dinheiro”, isso deve ser uma loucura...
A sociedade brasileira não tem paciência, uma palavra que não existe na vida de cada um, porque ela é imediatista, consumista e individualista. Não é a toa que Freud escreveu um artigo, em 1930, sob o titulo “Mal estar na civilização”, vol. XXI: “É impossível fugir à impressão de que as pessoas comumente empregam falsos padrões de avaliação — isto é, de que buscam poder, sucesso e riqueza para elas mesmas e os admiram nos outros, subestimando tudo aquilo que verdadeiramente tem valor na vida..... Existem certos homens que não contam com a admiração de seus contemporâneos, embora a grandeza deles repouse em atributos e realizações completamente estranhos aos objetivos e aos ideais da multidão. Facilmente, poder-se-ia ficar inclinado a supor que, no final das contas, apenas uma minoria aprecia esses grandes homens, ao passo que a maioria pouco se importa com eles”.

Incrível, não é? Esse pai da psicanálise escreveu em 1930!!!

A pressa faz com que as pessoas não entendam o que foi combinado, seja falado ou escrito, estragando muitos negócios, relacionamentos, encontros, etc.

O que falam muito rápido, então, é bom tomar muito cuidado, pois a maioria das pessoas não “entendem” nem a metade do que foi dito, apenas selecionam as palavras chaves para poder dar a continuidade na conversação. Conheci um profissional da área de educação física, ele se queixou que as pessoas não estavam o entendendo. Como tenho a experiência da leitura labial, identifiquei o problema e ele não articulava bem as palavras e que “engolia” algumas sílabas, por exemplo, se pronunciasse “explicação”, ele não articulava “plica”, ou seja, encurtava as palavras, as pessoas ouviam “exção”, daí a dificuldade da comunicação. Após a identificação, apresentou melhorias, foi bom para ele.

Certa noite, liguei para uma autoescola, que se diz especialista para pessoas com deficiência (como assim?!?), para obter a informação sobre a isenção de IPVA para deficientes auditivos. Durante a conversa, por telefone, percebi que cada pergunta que eu fazia, a pessoa me interrompia, o que me deixava mais desconfortável e irritada, mais que óbvio, né? Quem gosta disto? De fato, ela notou a minha irritação e me disse: “Você está brava comigo!”.

De minha memória, em um segundo, veio uma lembrança que a sociedade acaba, aparentemente, generalizando de acordo com as suas experiências e vivências da vida, transporta para o outro como forma de defesa. Retruquei assim: “Eu peço por gentileza de me ouvir até o fim, você está generalizando que os deficientes auditivos são bravos, isso com base de sua experiência. O que eu observo é que você não sabe se comunicar com as outras pessoas, porque aqui por telefone, você só interrompe as perguntas que eu faço achando que sabe tudo, o que não é verdade. Você tem que aprender a ouvir as pessoas para depois responder com qualidade ou é mentira que estou falando?”. De fato, a mulher ficou muda no outro lado da linha, pareceu que levou um choque, porque fui espontânea e direta. Despedi-a agradecendo pelas informações recebidas.

Então, para que serve dois ouvidos? Servem para ouvir e saber escutar, interpretando de maneira correta e com qualidade o que o emissor está comunicando. É interessante que o receptor, repita o que entendeu para certificar o entendimento.

Melhor deixar a pressa de lado, por que assim, teremos uma comunicação com qualidade. Então?
Vamos melhorar a nossa comunicação?

Mais uma vez: o mercado de trabalho e as pessoas com deficiência.


Estamos em 2017, foi atualizada, com revisão feita pela deputada federal Mara Gabrilli, que é tetraplégica e representa os milhões de pessoas com deficiência, no Brasil. Segue o link: http://maragabrilli.com.br/legislacao/.
Assim mesmo, o mercado de trabalho continua contratando para preenchimento de cotas e não possuem plano de desenvolvimento. Pior: oferecem atividades laborais aquém da capacidade, habilidade e potencialidade em relação à formação desse individuo com deficiência. São raras empresas que dão oportunidade para eles de acordo com a graduação escolhida para o exercício de suas atividades laborais que escolheu para atuar com prazer.
Não é desagradável trabalhar em uma coisa que não gosta, ou em uma empresa onde existem pessoas preconceituosas, ou em empresa que não valoriza pessoas com deficiência não dando oportunidade de carreira, ou com um chefe insuportável ou psicopata? Pois é....
Tudo começa com os treinamentos promovido pela área de recursos humanos para esclarecer quem são as pessoas com deficiência e as suas habilidades e como interagir com elas, minimizando os mitos sobre eles e os preconceitos culturais e comportamentais. Assim como, a meu ver, é a área quem deve solucionar e promover mudanças comportamentais nas relações laborais entre as pessoas com deficiência e os colaboradores, a começar pelas lideranças.
Os que nasceram com deficiência, na vida adulta já possuem outras habilidades para compensar aquele órgão sensorial ou membros paralisados ou amputados que aplicam com eficácia e os que nasceram pessoas ditas “normais” e que ficaram com algum tipo de deficiência, com reabilitação, em ambos casos, podem ser perfeitamente aproveitados em atividades laborais os quais se identificam e que gostam de executar com qualidade e prazer.
Já ouvi e continuo ouvindo pessoas com deficiência insatisfeitos em suas atividades laborais, porém eu sempre os recomendo a aprender essas atividades por ser um ponto favorável que poderá encontrar um trabalho melhor e com média e alta complexidade, além de ganhar um salário adequado de acordo com esse nível de dificuldade.  
Se estão insatisfeitos, porque não criam um movimento para ir a um lugar melhor? Porque essa acomodação e zona de conforto?
Sem dúvida nenhuma que a situação nova pode ser “conflitante”, porém é favorável para conhecer novas pessoas, adquirir novas habilidades, conhecer novas realidades, conquistar novas felicidades e entre outras novas... E quem perde é a empresa onde tem esse colaborador com deficiência por não promover e reter talentos.

02 junho, 2013

Atendimento médico e os deficientes auditivos



Em 2013, ao ser atendida por um médico clinico geral, na empresa onde trabalhei para o exame periódico. No início estava ocorrendo bem, mas quando eu não entendia as perguntas dele, pois estava falando baixo, com má vontade e de costas (fiquei imaginando se ele gosta do seu serviço, pela conduta, aparentemente, não gosta!), ao denunciar que sou uma pessoa com deficiência auditiva, a atitude deste médico mudou! Que impressionante! Notei que ele não se deu o trabalho de ler o prontuário se eu sou uma pessoa com deficiência auditiva, recordo-me que eu assinei um termo assumindo essa definição para apresentação ao ministério do trabalho que eu estou dentro da cota exigida de acordo com a lei. Fiquei pasma com a falta de leitura e preparação desse profissional.

Durante o exame, ele ficou em silêncio e apenas comunicava comigo com as mãos (Não era LIBRAS) os gestos usados como levantar, está muito bom (levantando o polegar para cima), etc, notei o quando essa figura está desatualizado acerca das pessoas com deficiência auditiva. Não discuti nada com ele, não é por medo, é porque eu sei que as respostas desses médicos são de extrema arrogância e sem sentimentos (foi por meio da educação acadêmica que aprenderam a não terem sentimentos com os pacientes), além de detestarem ser confrontados por pacientes.

Existem pessoas com deficiência auditiva que são oralizadas, com persistência, adquiriram a língua materna e possuem a compreensão verbal e escrita que se igualam com a maioria da população brasileira e existem os sinalizados que somente comunicam-se por libras. Porque um tratamento ridículo e desumano a esse público? Com esse tipo de atendimento, melhor nem chamar esses profissionais de doutor, pois não faz jus a esse título, já que atendem mal as pessoas.

Diferentemente quando sou atendida por um médico otorrino, que se comunica normalmente comigo, respondendo as minhas dúvidas com naturalidade. Eu conheci profissionais incríveis, humanos e maravilhosos (são poucos e olhe lá!) os quais reciclam constantemente visando o exercício profissional com competência. Os otorrinos ficam, aparentemente, fascinados por deficientes auditivos que falam a língua nativa e que possuem a compreensão verbal e escrita.

Certa noite, fui atendida por uma médica ortopedista no pronto atendimento. Recordo-me que ela comentou para mim que ficou preocupada em como atender uma pessoa com deficiência auditiva, porque leu o prontuário da ocorrência médica, ficou imaginando que eu apenas comunicaria por Libras e não tinha um intérprete naquela noite. Sorte dela! E se não tivesse, como ficaria?

Esses relatos acima, observamos que a maioria dos médicos não reciclam seus conhecimentos e nem tampouco preocupam-se em aprender LIBRAS. E se tivesse um paciente que não tivesse familiares para ajudar na interpretação e na comunicação? Esses profissionais da saúde, creio que sabem que todo atendimento é uma caixa de surpresa, pois recebe pessoas de diferentes problemas, religiões, raça, com deficiência ou não.

Porque aderir ao mais fácil do que enfrentar um obstáculo que poderia alavancar o crescimento profissional? Certo de que as mudanças provocam sofrimento, mas é necessária para a humanização no atendimento e no trato com as pessoas.

Sucesso a todos!

12 maio, 2013

As mães e filhos com deficiência


Em minha experiência profissional como psicóloga voluntária, em instituições e hospitais, eu deparei com as mães que tem filhos com deficiência e nos seus cuidados e amor para com eles.
Existem os extremos, há mães que se preocupam com eles e até sonham para que estes tenham uma vida normal, porque sabem que um dia elas não estarão mais no planeta Terra e até superprotegem-nos. E outras, rejeitam as crianças com deficiência porque acham que dá muito trabalho. A meu ver estas últimas ainda não aprenderam a lição de amor, resignação e paciência, enquanto não souberem ter, o universo vai cobrar. Em ambos casos, atrapalha no desenvolvimento da capacidade máxima dessas crianças, de um lado, a superproteção não propicia a criança com deficiência descobrir as suas potencialidades, habilidades e capacidades para ter uma vida independente e de outro, a negligência caracterizada como falta de apoio, carinho, afeto e amor, deturpa no desenvolvimento do indivíduo com deficiência.
Filho é para sempre, dá trabalho, mas porque as mães tiveram filhos e que depois não querem educar e nem importar-se com eles, ou simplesmente deixam nas mãos de babás? Tiveram uma escolha: o de ser mãe e não existe ex-filho! Se não tem capacidade de cuidar por “n” razões e/ou nem condições financeiras (há casos que possuem condições financeiras e nem querem saber que esses filhos existem!), encaminhar para adoção, quem sabe o destino da criança é estar em uma família que possa dar uma vida de harmonia e amor. Lamentável que as adoções demoram muito para acontecer, já ouvi casos de há anos que as instituições nem deram resposta jurídica aos pais adotantes que poderiam ficar com a criança! Alguma solução deve ter!
No ventre, já nas primeiras multiplicações celulares para transformarem em feto, estes já sentem as emoções das mães, se elas amam-no ou não. Daí justifica-se para as relações familiares harmoniosas ou perturbadas. Nem preciso dizer que as consequências serão por conta das escolhas feitas pelas mães que nortearão o futuro das crianças com deficiência.
Contudo, ser mãe é uma escolha de responsabilidade, abnegação, amor incondicional (como dizia Chico Xavier: “O AMOR NÃO PRENDE, LIBERTA! AME PORQUE ISSO FAZ BEM A VOCÊ, NÃO POR ESPERAR ALGO EM TROCA. CRIAR EXPECTATIVAS DEMAIS PODE GERAR DECEPÇÕES. QUEM AMA DE VERDADE, SEM APEGO, SEM COBRANÇAS, CONQUISTA O CARINHO VERDADEIRO DAS PESSOAS”),  companheirismo, apoio emocional independente das circunstâncias, estar presente nas horas boas e ruins, dar exemplos (principal responsabilidade) de valores morais e espirituais, propiciar estímulos sensoriais (auditivas, olfativas, visuais, táteis e sinestésicas) ajudando-o no desenvolvimento e acima de tudo, deixar o filho fazer as escolhas na vida, pois cada um tem uma missão na terra e as experiências são unicamente dele. A partir destas, é que ele poderá optar o entre o bem e o mal, o universo reagirá de acordo com essa opção do filho, seja ele com deficiência ou não.
Feliz dia das mães!

06 maio, 2013

Falta de perspectiva de crescimento de carreira às pessoas com deficiência

Impressionante como a ignorância perpetua nas relações de trabalho entre a liderança e os colaboradores com deficiência!
Pela minha experiência, ainda os colegas e a liderança acham que eu não tenho a capacidade de executar tarefas, por uma simples ignorância imaginando que eu não entendo nos que é dito ou explicado. Tal fato por eu ser uma pessoa com deficiência auditiva oralizada, amante da língua portuguesa e indignada da falta de coerência e boa vontade das pessoas em saber diferenciar os surdos oralizados que usam a língua portuguesa como nativa dos surdos sinalizados que falam LIBRAS. O que diferencia entre eles? A língua portuguesa possui aproximadamente 500 mil verbetes contra os aproximadamente 10 mil da LIBRAS. Uma diferença gritante de aproximadamente 490 mil verbetes!!!! Perceberam?
Pois bem, eu aprendi um pouco LIBRAS, por curiosidade e também para entender o processo cognitivo dos surdos sinalizados, pude notar que essa língua, que é um direito desse grupo em comunicar com o mundo, a maioria das frases são decorrentes de ação, claro que existem adjetivos, substantivos comuns entre outros. Exemplo: Fui na casa de meu amigo, fui na escola e viajei de trem, sol quente, etc. Mais que óbvio que há vocábulos que os sinalizados desconhecem e aparentemente, a comunicação é fácil entre eles, mas difícil com os demais.
Trabalhei em uma multinacional, fui "convidada" por uma área de remuneração executiva e fiquei contente, por entender que meu trabalho está sendo reconhecido. Imaginei que seriam tarefas que poderiam desenvolver a minha parte intelectual, porém, para minha decepção, me designaram uma tarefa tipicamente operacional: digitalizar documentos. Pasmem! Eu, com duas pós graduações, digitalizando documentos! Tudo bem, eu aprendo com prazer para minhas futuras compras de equipamentos eletrônicos mais sofisticados, assim fico por dentro da tecnologia!
Então, o mercado continua sendo relutante em designar tarefas de média e alta complexidade para as pessoas com deficiência, tudo por preconceito e da falta de interesse em explorar as potencialidades, capacidades e habilidades da pessoa com deficiência. Umas das hipóteses é o preconceito enraizado na cultura brasileira que vem de longa data (O livro “1808” retrata isso) e outra é o assédio moral silenciosa que dificulta a pessoa com deficiência provar que houve atos que prejudiquem a estima e o desenvolvimento na carreira.
Tal fato, o mercado está repleto de corporações que abrem vagas operacionais com baixos salários e muitas vezes, até a metade do valor percebido dos pares não deficientes que exercem o mesmo cargo. Observo que existe uma minoria de deficientes que possuem graduação, pós graduação e doutorado, os quais são qualificados, podem muito bem ser aproveitados no mercado de trabalho, recebendo bons salários e benefícios, contribuir às empresas promovendo o sucesso do negócio e crescimento. Deste modo, minimiza o sufoco do preenchimento de cotas.
Para reter esse pessoal que, aparentemente, trocam de empresa com certa frequência, é necessário um plano de desenvolvimento profissional, uma vez que os profissionais com deficiência não querem ser apenas um preenchimento de cotas e sim, crescer na carreira. É o que eu ouço com periodicidade.  Além, ter eliminado as atitudes preconceituosas em relação a esse público e das barreiras arquitetônicas que facilitem a locomoção. Isso é a verdadeira inclusão.
Reflitam, é uma realidade. Ela pode ser mudada e para isso ser concretizado, são necessárias mudanças atitudinais de todos os envolvidos nas corporações e da sociedade em relação às pessoas com deficiência. 

16 setembro, 2012

Os deficientes e o ambiente de trabalho


      Estamos chegando ao fim do ano 2012, dizem que é um ano de mudanças. É a nova era em que haverá o despertar da consciência humana visando melhorias em prol de toda a humanidade. É um sonho que possamos deslumbrar um mundo repleto de paz, amor, fraternidade, harmonia, respeito e muita luz! Não é maravilhoso? Ou ainda permaneceremos resistentes às novas mudanças por medo?
     Em recentes artigos relacionados a área de RH, em internet, sobre gerentes, os quais são demitidos por comportamentos, aparentemente, com característica difícil, emocionalmente instáveis e ou sem nenhum traço de liderança. Estes, segundo o mercado de trabalho, estão sendo extintos, já que as empresas querem uma equipe saudável, comprometida e que apresentem resultados visando o crescimento sustentável nos negócios. Me fez que eu escreva esse artigo para a reflexão e o beneficio a todos que trabalham nas corporações, sejam elas, privadas ou públicas.
    Os critérios de escolha por determinadas pessoas para assumir cargos gerenciais são de acordo com a cultura aliada à visão e missão da empresa, seja nacional ou multinacional. Aparentemente, certos itens são cruciais para que os “eleitos” assumam postos de liderança e terem sucesso: é imprescindível gostar de pessoas, sejam (principalmente, o que é impossível, devido a cultura do preconceito enraizada em diversas sociedades, mas porque não procurar conhecer para minimizar tal comportamento?) com deficiência ou não; dedicar-se no autodesenvolvimento e também dos subordinados, preparando-os para assumirem novas responsabilidades; confiança na delegação de tarefas; estar junto com e para os subordinados, entre outros.
    Acredito que é de responsabilidade de todos, a inclusão de pessoas com deficiência nas vagas em aberto, não necessariamente somente as operacionais, e sim em todas as ocupações, uma vez que podemos encontrar pessoas com deficiência qualificadas que podem contribuir no crescimento da empresa.
   Toda troca de experiência entre a liderança (Coordenadores, Chefes, Ge rentes, Gerentes Executivos, Vice-Presidentes e Presidentes) e os subordinados, incluindo as pessoas com deficiência, é de extrema riqueza e ambas partes ganham. Isso é um fato!
   Sem os requisitos necessários, pode provocar uma desestabilização da equipe com consequencias nefastas: desmotivação, absenteísmo, depressão (este leva ao afastamento do trabalho), rotatividades, entre outros fatores gerando custos altos para a empresa.
   E os deficientes, onde é que entram nessa história? Fazem 21 anos, completados em 24 de julho de 2012, que a lei da inclusão está aí para que estes tenham o direito de exercer o seu ofício (de acordo com capacidade, habilidade e potencialidade, incluindo a paixão no que faz) e ainda assim, a maioria das empresas ainda, na pior das hipóteses, não contratam-os e outras, oferecem-os cargos operacionais com salários baixos se comparando aos pares que tem o mesmo cargo e função. Muitos deficientes, como qualquer trabalhador, quando estão sem opção acabam desempenhando esses cargos para poderem ter o seu sustento para a sobrevivência, abrem mão prejudicando a qualidade de vida que outrora teve. Estes são os verdadeiros heróis, porque possuem perseverança e humildade para alcançar objetivos pessoais e profissionais. Lamentável que ainda existem empresas com a mentalidade retrógrada que pensam e afirmam que os deficientes não tem capacidade para executar tais tarefas e quem disse isso? Como mensuraram isso se nunca tentaram contratá-los? Quem garante que o deficiente não tem habilidade, capacidade e potencialidade? Porque não descobrir e ajudá-lo no desenvolvimento profissional (com treinamentos intensos) e a empresa ganha mais um talento? Mais que o óbvio que dentro das mentes humanas está o famoso preconceito (veja este assunto postado nesse blog: http://daoralizado.blogspot.com.br/2012/04/preconceito-uma-reflexao.html) que não admite que uma minoria esteja presente e convivendo com os “normais” dentro da sociedade. De fato, os deficientes percebem isso e não adianta às empresas abafarem casos de assédio moral e de preconceito, cabe a elas encontrarem soluções que beneficiem ambas partes (liderança, colaboradores e trabalhadores com deficiência), evitando futuros dissabores trabalhistas e multas por deficiente não contratado, cujo valor é alto.
     Sem dúvida nenhuma, depende do histórico de vida e experiência de cada deficiente, o qual vai impactar no sucesso do negócio. Atualmente, existe uma minoria deles que possui qualificação profissional, com diploma de ensino superior até de mestrados e doutorados, a qual merece um ordenado mensal que faz jus à sua experiência profissional e igual aos pares de mesmo cargo e função. Há uma minoria de empresas que valoriza os profissionais com deficiência e que pagam bons salários e ainda assim, está longe se equiparado aos pares que exercem o mesmo ofício e função, e pouquíssimos deficientes ocupam cargos gerenciais.
     Li um relato, do site “Vida Mais Livre”, sobre um deficiente físico que sofreu abusos psicológicos, ou melhor, em seu contexto caracteriza-se assédio moral (um nome recente no Brasil e aparentemente, não é tão falada e está crescendo em número de casos, portanto, devido a justiça morosa muitos desistem.) de um gerente que tinha preconceito em relação as pessoas com deficiência, o qual gritava com essa pessoa na frente de todos, xingando e constrangendo-o e não houve nenhuma manifestação por parte de colaboradores contra esse ato insano. O que mais assusta é o “silêncio dos bons” que possibilita esses acontecimentos nas corporações. De que maneira podemos acabar com isso?
     Surgiu-me uma ideia. Sabemos que o processo seletivo é a porta de entrada da empresa, no entanto, para os cargos gerenciais, a área de seleção e recrutamento, ao invés de investigar junto ao departamento pessoal das empresas as quais que o candidato trabalhou, deve solicitá-los os contatos profissionais de todos os subordinados, uma vez que são os melhores indicadores para a decisão na contratação a um cargo de coordenação, supervisão ou gerencial. Deste modo, pode minimizar o erro da empresa em colocá-los nas posições estratégicas. Não sei se alguém parou para pensar nisso. É só uma sugestão.
    “Quanto mais alta a posição de um líder nos campos politico, religioso ou outro qualquer, mais humilde ele deve se ser”. (GOLD, T. Abra sua mente, abra sua vida, um pequeno livro de sabedoria oriental, 2001, p.49).
   Existem poucos líderes que nasceram com excelentes competências, possuem uma incrível auto confiança, carisma, amam estar com as pessoas, ensinam e aprendem com elas, possuem humildade, empatia e desenvolvem os profissionais que reportam a eles, procuram autodesenvolver visando postos mais altos da empresa. Estes fazem a toda a diferença! Contudo, todos ganham, sem dúvida nenhuma, e o ambiente corporativo se torna mais saudável e agradável.
     E aí, como a sua empresa quer em seu ambiente corporativo?

04 agosto, 2012

Molde para aparelho auditivo e seus cuidados

Depois de tanto tempo, volto a escrever para vocês estarem a par das informações que são importantes para todos os que interessam sobre os assuntos relacionados a deficiência auditiva. 
Hoje, eu escrevo sobre o molde do aparelho auditivo. Por que surgiu essa ideia? Eu deparei com pessoas que tem seus familiares com perda auditiva e mencionam que o aparelho auditivo “apita” e estes optam em largar o aparelho auditivo devido ao incômodo do apito. Observo que os fonoaudiólogos que os atendem acabam esquecendo alguns detalhes, como o molde e seus cuidados.
O molde, para quem não sabe, é exclusivo para quem usa aparelho auditivo retroauricular (que fica atrás da orelha) e é feito de silicone transparente que facilita o seu manuseio sem machucar a orelha e ajuda na audição. 


O que muita gente não sabe, é que a nossa orelha muda de formato de ano em ano, isso é devido ao crescimento humano (altura) assim como envelhecimento, pois elas começam a ficar grandes e o molde que foi feito anteriormente, muitas vezes não são adequados em função da mudança anatômica da orelha.
Quando eu devo fazer outro molde para o meu aparelho? Ao perceber que o aparelho auditivo começa a “apitar”, pois o som “vaza” para fora do ouvido, incomodando e interferindo na comunicação com outras pessoas, aí está na hora de trocar do velho por um novo.
Vá a um centro auditivo de sua cidade, seja por indicação de quem usa aparelho auditivo ou por um otorrinolaringologista de confiança, e solicite um molde novo visando na minimização do problema dos “apitos” ocasionados pelo vazamento de sons do aparelho auditivo. 
Além disto, quando ele fica sujo, devido ao acúmulo de cera que se origina dentro da orelha, é interessante limpá-lo com uma escovinha (veja a figura) para retirar os resíduos, evitando doenças como otites entre outros. Seus ouvidos agradecem!
Junto ao molde vem um tubo que liga ao aparelho auditivo, é recomendável trocar a cada 2 meses ou quando ficar duro. Quando a comunicação não esteja fluindo bem, verifique se o tubinho não está duro. É só tocar nele e apertar para averiguar se está mole. No centro auditivo de sua cidade providencia a troca, em geral, não há cobrança pela troca de tubo.
É isso pessoas, mais uma informação importante para a durabilidade de seu molde, visando a audição adequada e agradável com os seus amigos, familiares e outros indivíduos.
As empresas especializadas na comercialização de aparelhos auditivos também confeccionam moldes para quem não quer molhar os ouvidos na piscina, no chuveiro, no mar, etc. Existem em várias cores para todos os gostos e necessidades, conforme figura a seguir.



Beijos a todos.