Bem vindos!

Com a crescente divulgação sobre a acessibilidade de pessoas com deficiência, observa-se que não está clara a definição daquelas com deficiência auditiva. Aparentemente, está no inconsciente coletivo que todo surdo/deficiente auditivo comunica-se apenas por libras (Lingua brasileira de sinais), o que não é verdade. Surgiu a necessidade da criação desse blog para esclarecer sobre essa minoria "esquecida": os deficientes auditivos oralizados.
Nesse blog, vocês estarão desfrutando as informações sobre vários assuntos relacionados a deficiência auditiva, seja em artigos, comentários entre outros.
Convido vocês, ouvintes e deficientes auditivos, desfrutem das informações aqui postadas para seu enriquecimento social e profissional. Vocês encontrarão espaço para os comentários e perguntas, gostaríamos de contar com a sua participação voluntária, visando a troca de informações e conhecimentos, buscando uma melhor qualidade de vida.
As informações coletadas são importantes para desmitificar a sociedade em relação as pessoas com deficiência auditiva (DA), que aparentemente, tem o prejuízo de sua inclusão social, em função da comunicação, que é importante para as relações interpessoais e intrapessoais.
Levanta-se uma hipótese que a maioria dos indivíduos considera todos os deficientes auditivos iguais, ou seja, generaliza que todos os DA's “não entendem” o que está sendo verbalizado ou escrito, sem mencionar da falta de paciência, palavra, aparentemente, inexistente no vocabulário dos tempos atuais para com esse público.
A qualidade de comunicação entre a sociedade e as pessoas com deficiência auditiva é de suma importância visando a inserção e interação das pessoas com deficiência auditiva no contexto social.
“As únicas limitações reais que as crianças tem são aquelas que lhes são impostas. Assim, as limitações são criadas mais pela família e pela sociedade do que a própria deficiência”. (BUSCAGLIA, 2002). – É o que as pessoas com deficiência auditiva presenciam e sentem no dia a dia, seja com os familiares e com a sociedade. A maioria deles usa os recursos da leitura labial, aprendida e aperfeiçoada no decorrer dos anos e da leitura facial que identificam e codificam os sentimentos e as emoções dos indivíduos, sejam elas positivas ou
negativas, os quais promovem a interação social.
Boa leitura!

22 fevereiro, 2012

Artigo 27 - Trabalho e emprego

Segue na integra o artigo 27 - Trabalho e emprego extraído da Cartilha de convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência. (Brasília - Setembro de 2007) e promulgado pelo Presidente Lula em 25 de agosto de 2009 sob o decreto nº 6949. 

1. Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência ao trabalho, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Este direito abrange o direito à oportunidade de se manter com um trabalho de sua livre escolha ou aceitação no mercado laboral, em ambiente de trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a pessoas com deficiência. Os Estados Partes salvaguardarão e promoverão a realização do direito ao trabalho, inclusive daqueles que tiverem adquirido uma deficiência no emprego, adotando medidas apropriadas, incluídas na legislação, com o fim de, entre outros:
a. Proibir a discriminação baseada na deficiência com respeito a todas as questões relacionadas com as formas de emprego, inclusive condições de recrutamento, contratação e admissão, permanência no emprego, ascensão profissional e condições seguras e salubres de trabalho;
b. Proteger os direitos das pessoas com deficiência, em condições de igualdade com as demais pessoas, às condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo iguais oportunidades e igual remuneração por trabalho de igual valor, condições seguras e salubres de trabalho, além de reparação de injustiças e proteção contra o assédio no trabalho;
c. Assegurar que as pessoas com deficiência possam exercer seus direitos trabalhistas e sindicais, em condições de igualdade com as demais pessoas;
d. Possibilitar às pessoas com deficiência o acesso efetivo a programas de orientação técnica e profissional e a serviços de colocação no trabalho e de treinamento profissional e continuado;
e. Promover oportunidades de emprego e ascensão profissional para pessoas com deficiência no mercado de trabalho, bem como assistência na procura, obtenção e manutenção do emprego e no retorno ao emprego;
f. Promover oportunidades de trabalho autônomo, empreendedorismo, desenvolvimento de cooperativas e estabelecimento de negócio próprio;
g. Empregar pessoas com deficiência no setor público;
h. Promover o emprego de pessoas com deficiência no setor privado, mediante políticas e medidas apropriadas, que poderão incluir programas de ação afirmativa, incentivos e outras medidas;
i. Assegurar que adaptações razoáveis sejam feitas para pessoas com deficiência no local de trabalho;
j. Promover a aquisição de experiência de trabalho por pessoas com deficiência no mercado aberto de trabalho;
k. Promover reabilitação profissional, manutenção do emprego e programas de retorno ao trabalho para pessoas com deficiência.
2. Os Estados Partes assegurarão que as pessoas com deficiência não serão mantidas em escravidão ou servidão e que serão protegidas, em igualdade de condições com as demais pessoas, contra o trabalho forçado ou compulsório.

Deficientes auditivos e o mercado de trabalho

Atualmente, a lei de cotas nº 8213/91 que obriga as empresas a contratarem pessoas com deficiência, uma vez que, aparentemente, são excluídas pela sociedade. Só porque temos algum tipo de deficiência que nos torna incapacitante? Ledo engano!
Com as bençãos de Deus, muitos deficientes descobriram outras habilidades, capacidades e potencialidades, os quais usam para compensar o órgão lesado permanentemente e vão à luta para a sobrevivência. Infelizmente, muitas pessoas ignoram-os e tiram o direito dessas pessoas em trabalhar visando o sustento e a sobrevivência. (Veja o item do blog - artigo nº 7 - Trabalho e emprego da Cartilha de Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência).
É fato que a maioria não teve uma qualificação profissional e existem empresas que dão capacitação profissional visando o preenchimento de quadro de funcionários. Estas que fazem essa iniciativa e que dão chance de crescimento profissional às pessoas com deficiência, é o que eu ouço da maioria deles que almejam tanto, merecem o título de empresa cidadã. É uma chance única que a pessoa com deficiência tem para poder trabalhar, ganhar experiência e consequentemente, progredir.
São poucos deficientes auditivos que são formados de diversas áreas e também aqueles que estão estudando visando o porvir repleto de bons frutos oriundos de esforços  realizados no momento atual.
Mas, por outro lado, observo que os recursos humanos, aparentemente, não conhecem essa pequena parcela que são oralizados e tem a lingua portuguesa como nativa. Na minha experiência, em uma das empresas que trabalhei, as moças do RH comentaram a mim que nunca conheceram uma pessoa com deficiência auditiva que tem uma boa comunicação verbal! Isso me fez refletir e pensar da falta de conhecimento de algumas pessoas a respeito, daí a frase: NEM TODO DEFICIENTE AUDITIVO OU SURDO COMUNICA POR LIBRAS!
Creio que todo deficiente auditivo deve mencionar no curriculo: “Pessoa com deficiência auditiva oralizada”, talvez possa acrescentar que usa a lingua portuguesa como nativa. E aqueles que comunicam por libras, devem discriminar no curriculo que só falam essa língua. Desta forma, esclarece a pessoa da seleção para as providências necessárias, como por exemplo, ter um intérprete de Libras.
Tem vontade de trabalhar, ser independente e crescer profissionalmente? Seguem sugestões de sites onde pode cadastrar seu curriculo gratuitamente:

Existem consultorias especializadas para a colocação do deficiente no mercado de trabalho, porém, cada cidade deve ter alguma(s) e a pessoa com deficiência auditiva deve procurar nos sites e cadastrar.
Não desanimem diante adversidades e sigam a vida com garra, persistência, perseverança e coragem!
Deus abençoe a todos.

20 fevereiro, 2012

Processo cognitivo das pessoas com deficiência auditiva


Tirei um trecho extraído de uma pesquisa sob o título “Nem toda pessoa cega lê em Braille nem toda pessoa surda se comunica em língua de sinais” realizada por um grupo de pesquisa em Acessibilidade e Tecnologias do Laboratório de Experimentação Remota - RexLab/UFSC da Universidade Federal de Santa Catarina, que achei interessante: São considerados como surdos oralizados aqueles que desenvolveram mais habilidades em linguagem oral, comparativamente aos não oralizados, cujas habilidades verbais são quantitativa e qualitativamente inferiores. A denominação “não oralizado” não é considerada muito precisa para a referência aos sujeitos, porque ser “não oralizado” não equivale à mudez, nem significa que o sujeito surdo não foi exposto ao trabalho de oralização, mas que apenas fala muito pouco, em geral, palavras e frases simples (Botelho, 1998). Simplificando, surdos oralizados são aqueles que usam uma língua oral, onde geralmente a língua-pátria é a sua língua materna, leem lábios, não se identificam com as manifestações da Cultura Surda e participam mais da Comunidade Ouvinte; os não oralizados usam a língua de sinais como primeira língua (essa pode ter sido ou não sua língua materna) e estão mais fortemente inseridos nos patamares linguísticosócio-cultural que permeiam a Cultura Surda". (Mazzoni A.;Mello A.; Torres E., 2005 in  Educação e Pesquisa, São Paulo, v.33. n. 2, p.369-385, maio/ago. 2007).

Devido às diferenças expostas acima, os processos cognitivos entre os surdos não oralizados e os deficientes auditivos oralizados são completamente diferentes. O surdo oralizado, por exemplo, tem o processamento cognitivo igual a um ouvinte já que conhece a língua portuguesa, que possui, aproximadamente, 500 mil verbetes contra aqueles que só comunicam-se por libras, que aproximadamente tem 10 mil. É uma diferença muito significativa!
Já os surdos que só falam libras, apenas possuem as palavras que dão a conotação de ideias e que aparentemente, só tem imagens na mente para poder entender o que se passa ao seu redor e tentar se comunicar com outros. Existem surdos que aprenderam libras, querem conhecer a lingua portuguesa, não raro, questionam sobre os significados das palavras, com isso, torna a vida mais suave dentro da sociedade e podem ser independentes. Isso só depende da força de vontade, no acreditar de sua capacidade, potencialidade e habilidade, além de fazer escolhas sensatas que nortearão para o seu crescimento e amadurecimento pessoal.
A língua portuguesa não é fácil para ninguém, mas com esforço e persistência, com dedicação na leitura e escrita, é possível melhorá-la. Inclusive, é importante treinar na interpretação de texto o qual a maioria das pessoas, incuindo os deficientes auditivos, possuem dificuldade pela falta de hábito de leitura e de escrever. A facilidade da vida, tornou o ser humano, aparentemente, escravo da preguiça: não quer ler (Machado de Assis em sua obra "Póstumas de Brás Cubas" comentou que brasileiro é avesso à leitura), andar etc...Estamos em plena era dos botões. Uma pena! Contudo, as consequências serão em curto ou longo prazo no caso de atrofiamento cerebral e ou físico.

Quem tiver interesse em visitar o Museu da Língua Portuguesa, que se localiza na cidade de São Paulo, vale a pena ir! Seguem as informações no site: www.museudalinguaportuguesa.org.br/.

Lingua portuguesa e os deficientes auditivos oralizados


Em 2009, entrou em vigor a nova ortografia firmada entre os países que integram na comunidade de Países de Língua Portuguesa: Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Timor Leste. Sugestão de consulta: http://www.michaelis.com.br/

A Língua Portuguesa é uma das línguas mais ricas em termos de vocabulário e nem todo mundo tem domínio. Possui aproximadamente 500 mil verbetes e para aumentar o seu vocabulário, é interessante ler livros, procurar no dicionário o significado das palavras que desconhece, enriquecendo o seu conhecimento da Língua Portuguesa. Releia o parágrafo já com o entendimento dessa nova palavra que você não conhecia. Além disto, aproveite escrever as ideias que entendeu no texto. Treine escrevendo, desta forma você adquirá a capacidade de compreensão escrita. Para escrever é preciso ter começo, meio e fim. Apresentar ideias claras visando o entendimento do leitor sobre o que está sendo discutido.

Como aprendemos a língua materna? Por meio da audição ou da escrita? Pela lógica do desenvolvimento, em primeiro lugar ouvimos a língua materna que é reproduzida na família. Os bebês repetem as primeiras palavras por volta de 10-11 meses de idade, ouvindo e repetindo as palavras da mãe ou de outro membro familiar.

Já o deficiente auditivo, como não ouve, pode apresentar atrasos na fala. Como detectar se meu filho (a), irmã(o), sobrinho(a) tem problemas auditivos? Quando o bebê nasce, segundo a informação dada por uma fonoaudióloga, nos hospitais já existe exame como o famoso teste da orelhinha adotada em muitos países e também no Brasil visando a verificação se há algum comprometimento auditivo. Quando a surdez é detectada precocemente, maiores são as chances de o bebê desenvolver a fala, já que o cérebro infantil está preparado para novos aprendizados, neste caso a comunicação. Quem poderá auxiliar nesse processo é o médico otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo.

O sucesso da aquisição da linguagem verbal e escrita, da maturação, do engajamento da família e da auto-confiança do deficiente auditivo ou surdo são os que vão definir a independência na sociedade.

Os deficientes auditivos oralizados que adquiriram a língua portuguesa como nativa, utilizam a  lingua oro-facial, denominada, leitura facial, não terão problemas quanto à comunicação com os ouvintes deste que tenha hábitos de leitura ampliando o vocabulário e aprimorar a compreensão verbal e escrita.

Conheci uma deficiente auditiva oralizada que tem a graduação em Ciências da Computação que tem talento na execução da programação de informática, porém ela era pobre em termos de vocabulário da língua portuguesa. Intrigada com a ausência de domínio da língua materna que não era condizente com a formação acadêmica. Descobri que a mãe e a fonoaudiológa escreveram todos os trabalhos acadêmicos, foi uma atitude amorosa por parte delas em ajudá-la para concluir o curso de graduação, porém prejudicaram-na no vocabulário da lingua portuguesa. Eu percebi que ela tinha dificuldades de compreensão verbal e escrita. Conversando com essa pessoa, constatei que ela não gosta de ler e nem da língua portuguesa, um ponto negativo para a evolução na aquisição de novos vocábulos. Eu desejo a ela todo o sucesso do mundo.

Reflita...

"Pessoas que costumam ter atitudes positivas esperam o melhor, pessoas com atitudes negativas, esperam o pior. Nos dois casos, as expectativas geralmente se concretizam". URBAN, H. "As grandes lições da vida", 2004, p.51.

Poluição Sonora

Segundo a reportagem do jornal "Metropoint", edição de 11 de setembro de 2007, a poluição sonora está crescendo e é um problema crônico sendo negligenciado nas grandes metrópoles. A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou à revista "New Scientist" dados relevantes das mortes por infarto na Europa e estes estão relacionadas à poluição sonora, a qual as pessoas estão em exposição prolongada. Hipotetiza-se que a poluição sonora gera um estresse crônico que mantém o organismo em constante alerta.
Na cidade de São Paulo, o bairro mais barulhento é Sé, seguidos por: Pinheiros, Mooca e Vila Mariana. Desde 2003, as queixas quase duplicaram, segundo os dados da PSIU (Programa Silêncio Urbano, da prefeitura).
Quem não aguenta mais o barulho, mude de cidade, o que garantirá a qualidade de vida ou para um local silencioso.

Cuidados com aparelho auditivo

Quem usa aparelho auditivo, requer tratá-los com muito carinho e ele é o tesouro, um investimento de longo prazo, que você tem para a interação social, laboral, familiar, afetiva, etc. Veja aqui as dicas para cuida-lo:
  • Toda vez que não usar os aparelhos auditivos, coloque-o, sem as pilhas, dentro de um pote desumidificador (podem ser encontrados em empresas especializadas em vendas de aparelhos auditivos e acessórios), para tirar toda a umidade que tem dentro do aparelho que causa danos aos circuitos internos comprometendo a audição;
  • Nunca coloque o aparelho auditivo ou entre com ele no chuveiro, mar ou piscina. A água e o vapor danificam-no, guarde-o em uma caixa apropriada;
  • Troque o tubo do aparelho auditivo a cada 2 ou 3 meses, ou quando você perceber que está duro e que não esteja ouvindo bem. Nos meses de verão, troque 1 vez ao mês;
  • Faça uma revisão a cada 4 meses para deixar ele em ótimas condições de uso (verifique na rede autorizada de aparelhos auditivo o valor da manutenção e a condição de pagamento, quantos dias deverá ficar sem o aparelho para que você possa programar sem afetar o seu estilo de vida);
  • Caso você é responsável pela limpeza da casa, melhor ficar sem aparelho auditivo, porque o suor pode danificá-lo. Guarde-o em uma caixa apropriada para esse fim.
  • Não coloque o aparelho, quando for tomar banho, dentro do banheiro, porque o vapor da água pode danificar o aparelho, comprometendo o funcionamento.
  • Já ouvi casos de pessoas que colocam o aparelho no forno de microondas para secar o aparelho, no entanto, em HIPÓTESE NENHUMA ponha no referido eletrodoméstico que poderá danificar o aparelho auditivo assim como poderá explodir, causando danos materiais e físicos (caso tiver alguém perto);
  • Ao fazer exame de ressonância magnética, tomografia computorizada ou raio-x, desligue seu aparelho auditivo para evitar os danos nos circuitos internos do mesmo.
Seguindo os conselhos, você estará aumentando a vida útil do aparelho auditivo, assim como vai escutar bem.

Comente sobre essa frase...

As únicas limitações reais que as crianças tem são aquelas que lhes são impostas. Assim, as limitações são criadas mais pela família e pela sociedade do que a própria deficiência”. (BUSCAGLIA, 2002)”.

Atenção aos limiares auditivos...

A figura abaixo mostra os limiares auditivos que podem prejudicar a audição quando for acima de 70 dB, fiquem atentos e se previnam protegendo seus ouvidos evitando a perda de audição em curto ou longo prazo.
Acima de 90 decibéis, a audição é afetada, porém, segundo o otorrinolaringologista e pesquisador da USP, Yotaka Fukuda, a partir dos 70 decibéis as pessoas começam a sentir problemas causados por "desconforto psicológico". Com 80dB, os batimentos cardíacos aceleram e a pressão arterial aumenta, assim como o nível de adrenalina no sangue.
Como o nosso organismo tem limite de resistência, a partir do qual iniciam os problemas, no  entanto, a exposição auditiva a ruídos elevados por longas horas, as células sensoriais degeneram e morrem. Fonte: OESP, 18/02/2001.
Também vale aos deficientes auditivos que devem se cuidar para evitar o aumento da perda auditiva. Conheci um rapaz que é deficiente auditivo de grau moderado e ele tinha me mostrado duas audiometrias realizadas com o intervalo de dois anos, notei que tinha perdido um pouco a audição com uma diferença significativa em algumas frequências. Sabia que ele era de Salvador e perguntei, intuitivamente, se seguiu algum carro alegórico durante o carnaval, respondeu que sim. Mostrei a ele o quanto que poderia preservado a audição caso não tivesse exposto a ruídos altos. Com certeza, ele se concientizou e acredito que esteja minimizando a sua exposição a ruidos que pudessem causar danos irreversíveis em curto ou longo prazo. 
Vamos preservar a nossa audição e viver a vida com alegria?


Faça audiometria anualmente – Seus ouvidos agradecem!

Pela minha experiência, só depois de 30 anos, uma fonoaudióloga me avisou que eu deveria estar fazendo uma audiometria anual para acompanhamento. Observo que os profissionais dessa especialidade (Fonoaudiologia), aparentemente, deixam de informar alguns detalhes e o mais importante deles é a audiometria a ser realizado todos os anos.

Por que é importante? Para verificar se não há perda auditiva e caso necessário, trocar por um outro aparelho mais potente, isso depende do estilo de vida de cada um, inclusive os cuidados com a audição no que tange à exposição aos excessos de ruídos e principalmente acima de 70 dB.

Sugerimos que procure um fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista para acompanhamento da sua capacidade auditiva. O nome do exame é AUDIOMETRIA e deve ser realizada uma vez por ano.

Além disto, você estará em dia com a audiometria no caso de as empresas contratarem pessoas com deficiência auditiva para uma oportunidade de trabalho. Vai facilitar a sua vida! O Ministério do Trabalho quando vai fiscalizar a empresa, sempre pedem o documento original e atualizado.

O que é deficiência auditiva?


O que é?

Para muitos estudiosos, é caracterizado como perda de habilidade de ouvir, causada por qualquer distúrbio no processo de audição normal, independente de causa, tipo e intensidade. (Rosyng-Jensen, 2002).
É congênito ou adquirido?
Vai depender do histórico de cada indivíduo que poderá classificar como surdez congênita (de nascença), as causas são diversas: os pais podem ser deficientes auditivos ou um dos genitores; provocada pelo famoso medicamento “Talidomida”, parto normal com erro na utilização do fórceps, a doença rubéola adquirida pela mãe entre outros.
No caso da surdez adquirida, também são diversos fatores que causam: exposição dos ouvidos aos altos ruídos como: mp3, mp4, televisão, motores de motocicletas, de ônibus e caminhões, as famosas baladas e discotecas, colocar o cotonete no ouvido perfurando o timpano, otites frequentes ou mal curadas , medicamentos ototóxicos receitados pelos médicos, etc.

Segue a tabela com os níveis de perda (grau), a intensidade e a sua implicação para a educação de pessoas com deficiência auditiva:


Classe
Nível de perda
Intensidade do som para a percepção em Decibéis
Implicações para a educação
1
Leve
27 – 40 dB
Pode ter dificuldades em ouvir sons distantes. Pode sentar-se em lugar preferencial para ouvir melhor.
2
Moderada
41 – 55 dB
Compreende a fala em uma conversa. Pode ter dificuldades em discussões em grupo. Pode necessitar de aparelhos auditivos e terapia fonoaudiológica.
3
Moderadamente grave
56 – 70 dB
Precisará de aparelhos auditivos e de treinamentos intensivo de linguagem e de fala.
4
Grave
71 dB – 90 dB
Somente consegue ouvir sons próximos. Necessita de educação especial intensiva, aparelhos auditivos, treinamentos da fala e da linguagem.
5
Profunda
+ 91 dB
Pode perceber sons altos e vibrações. Confia mais na visão, usando a leitura labial que na audição para o processamento das informações.

 Fonte: H. Davis, Abnormal hearing and deafness (1970) in Kirk e Gallagher (1996)
 
As classes 1 (Leve) ao 3 (Moderadamente grave) são considerados audição difícil e as demais, 4 (Grave) e 5 (Profunda), são consideradas pessoas surdas que requer maior apoio, treinamento e recursos terapêuticos para que a pessoa com deficiência auditiva ganhe a sua independência.

Para o sucesso da reabilitação da audição das pessoas com deficiência auditiva são necessários os seguintes fatores: apoio, amor e paciência da família (muito importante!), o próprio deficiente auditivo deve se esforçar, acreditar que é capaz de escutar e comunicar-se com as outras pessoas, perseverando para alcançar ótimos resultados, ter o auxílio de bons e competentes profissionais: fonoaudiólogo, médico otorrinolaringologista, psicólogo e outros de acordo com as necessidades individuais para o desenvolvimento da capacidade máxima, segundo a Declaração de Salamanca, que são os princípios, a política e prática em Educação Especial adotada na Conferência Mundial de Educação Especial, representado por 88 governos e 25 organizações internacionais em assembleia em Salamanca, Espanha, entre dias 7 e 10 de junho de 1994, que visa a equalização de oportunidades para pessoas com deficiência.

Uma observação importante e séria: NEM TODOS OS DEFICIENTES AUDITIVOS OU SURDOS SÃO MUDOS OU FALAM POR LIBRAS.
 
Existem deficientes auditivos que confiaram em suas capacidades, habilidades e potencialidades, persistiram na língua portuguesa e possuem compreensão escrita e verbal, treinando muito na leitura, procurando significados de palavras desconhecidas em dicionários, ampliando seu vocabulário, isso é enriquecedor tornando a vida menos penosa diante uma sociedade, aparentemente, hostil e preconceituosa. Muitos foram além, com perseverança, ainda treinam a audição com o rádio para se comunicar por telefone fixo ou celular, sem o uso da leitura labial com amigos, parentes e família aumentando mais a independência.
 
Tudo depende das descobertas das habilidades, capacidades e potencialidades da própria pessoa com deficiência auditiva e na tentativa do uso de recursos que estejam a favor para ter uma vida independente, além de acreditar de que pode vencer na vida.