Bem vindos!

Com a crescente divulgação sobre a acessibilidade de pessoas com deficiência, observa-se que não está clara a definição daquelas com deficiência auditiva. Aparentemente, está no inconsciente coletivo que todo surdo/deficiente auditivo comunica-se apenas por libras (Lingua brasileira de sinais), o que não é verdade. Surgiu a necessidade da criação desse blog para esclarecer sobre essa minoria "esquecida": os deficientes auditivos oralizados.
Nesse blog, vocês estarão desfrutando as informações sobre vários assuntos relacionados a deficiência auditiva, seja em artigos, comentários entre outros.
Convido vocês, ouvintes e deficientes auditivos, desfrutem das informações aqui postadas para seu enriquecimento social e profissional. Vocês encontrarão espaço para os comentários e perguntas, gostaríamos de contar com a sua participação voluntária, visando a troca de informações e conhecimentos, buscando uma melhor qualidade de vida.
As informações coletadas são importantes para desmitificar a sociedade em relação as pessoas com deficiência auditiva (DA), que aparentemente, tem o prejuízo de sua inclusão social, em função da comunicação, que é importante para as relações interpessoais e intrapessoais.
Levanta-se uma hipótese que a maioria dos indivíduos considera todos os deficientes auditivos iguais, ou seja, generaliza que todos os DA's “não entendem” o que está sendo verbalizado ou escrito, sem mencionar da falta de paciência, palavra, aparentemente, inexistente no vocabulário dos tempos atuais para com esse público.
A qualidade de comunicação entre a sociedade e as pessoas com deficiência auditiva é de suma importância visando a inserção e interação das pessoas com deficiência auditiva no contexto social.
“As únicas limitações reais que as crianças tem são aquelas que lhes são impostas. Assim, as limitações são criadas mais pela família e pela sociedade do que a própria deficiência”. (BUSCAGLIA, 2002). – É o que as pessoas com deficiência auditiva presenciam e sentem no dia a dia, seja com os familiares e com a sociedade. A maioria deles usa os recursos da leitura labial, aprendida e aperfeiçoada no decorrer dos anos e da leitura facial que identificam e codificam os sentimentos e as emoções dos indivíduos, sejam elas positivas ou
negativas, os quais promovem a interação social.
Boa leitura!

20 fevereiro, 2012

Lingua portuguesa e os deficientes auditivos oralizados


Em 2009, entrou em vigor a nova ortografia firmada entre os países que integram na comunidade de Países de Língua Portuguesa: Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Timor Leste. Sugestão de consulta: http://www.michaelis.com.br/

A Língua Portuguesa é uma das línguas mais ricas em termos de vocabulário e nem todo mundo tem domínio. Possui aproximadamente 500 mil verbetes e para aumentar o seu vocabulário, é interessante ler livros, procurar no dicionário o significado das palavras que desconhece, enriquecendo o seu conhecimento da Língua Portuguesa. Releia o parágrafo já com o entendimento dessa nova palavra que você não conhecia. Além disto, aproveite escrever as ideias que entendeu no texto. Treine escrevendo, desta forma você adquirá a capacidade de compreensão escrita. Para escrever é preciso ter começo, meio e fim. Apresentar ideias claras visando o entendimento do leitor sobre o que está sendo discutido.

Como aprendemos a língua materna? Por meio da audição ou da escrita? Pela lógica do desenvolvimento, em primeiro lugar ouvimos a língua materna que é reproduzida na família. Os bebês repetem as primeiras palavras por volta de 10-11 meses de idade, ouvindo e repetindo as palavras da mãe ou de outro membro familiar.

Já o deficiente auditivo, como não ouve, pode apresentar atrasos na fala. Como detectar se meu filho (a), irmã(o), sobrinho(a) tem problemas auditivos? Quando o bebê nasce, segundo a informação dada por uma fonoaudióloga, nos hospitais já existe exame como o famoso teste da orelhinha adotada em muitos países e também no Brasil visando a verificação se há algum comprometimento auditivo. Quando a surdez é detectada precocemente, maiores são as chances de o bebê desenvolver a fala, já que o cérebro infantil está preparado para novos aprendizados, neste caso a comunicação. Quem poderá auxiliar nesse processo é o médico otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo.

O sucesso da aquisição da linguagem verbal e escrita, da maturação, do engajamento da família e da auto-confiança do deficiente auditivo ou surdo são os que vão definir a independência na sociedade.

Os deficientes auditivos oralizados que adquiriram a língua portuguesa como nativa, utilizam a  lingua oro-facial, denominada, leitura facial, não terão problemas quanto à comunicação com os ouvintes deste que tenha hábitos de leitura ampliando o vocabulário e aprimorar a compreensão verbal e escrita.

Conheci uma deficiente auditiva oralizada que tem a graduação em Ciências da Computação que tem talento na execução da programação de informática, porém ela era pobre em termos de vocabulário da língua portuguesa. Intrigada com a ausência de domínio da língua materna que não era condizente com a formação acadêmica. Descobri que a mãe e a fonoaudiológa escreveram todos os trabalhos acadêmicos, foi uma atitude amorosa por parte delas em ajudá-la para concluir o curso de graduação, porém prejudicaram-na no vocabulário da lingua portuguesa. Eu percebi que ela tinha dificuldades de compreensão verbal e escrita. Conversando com essa pessoa, constatei que ela não gosta de ler e nem da língua portuguesa, um ponto negativo para a evolução na aquisição de novos vocábulos. Eu desejo a ela todo o sucesso do mundo.

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